A Hemocromatose hereditária (HH) é uma alteração genética muito comum em descendentes de Europeus. A alteração clínica característica é a acúmulo gradual do ferro no intestino (duodeno e jejuno proximal), que evolui para lesão orgânica e morte. Três variantes alélicas do gene HFE foram correlacionados com a Hemocromatose Hereditária (HH): a C282Y, significativamente associada com a HH; e a H63D e a S65C, que apresentam correlação com esta doença. A expressão fenotípica da HH é bastante variável e sofre influência de fatores genéticos, clínicos e ambientais que podem interferir no metabolismo do ferro e no curso clínico da doença, determinando que indivíduos heterozigotos para o gene mutante possam expressar o fenótipo de hemocromatose semelhante aos indivíduos homozigotos. Os estudos brasileiros publicados estimam que a prevalência da mutação C282Y é cerca de três a oito vezes menor comparada à observada nos indivíduos caucasianos do nordeste europeu, enquanto a frequência das mutações H63D e S65C é semelhante entre estas populações. A ausência destas mutações não exclui o diagnóstico de Hemocromatose, sendo outros fatores clínicos devem ser investigados.